Encantos do "Sal"
Blog criado com o objetivo de registrar as lendas de encantos e mistérios da região do salgado no Pará.
Encantos do Sal
Este blog tem como objetivo catalogar as lendas de encantos e mistérios da região do salgado no Estado do Pará. São lendas contadas por alunos e demais moradores de Salinópolis e Primavera. Também serve para divulgar as produções do festival literário realizado em Primavera nos anos que eu organizei este evento.
domingo, 25 de agosto de 2013
A SAPA DO CARANÃ
Contam os moradores de Salinópolis, que na Fonte do Caranã tem uma sapa que protege esta fonte de água mineral. Hoje em dia as pessoas não veem a sapa porque ela está escondida durante o dia observando as pessoas que vão lá para buscar água. Mas os mais antigos que já viram o batráquio dizem que tem um aspecto horrendo que causa medo nas pessoas.
As pessoas que frequentam esta fonte têm grande respeito pela sapa e antes de retirar água dizem em tom de respeito:
- Ó minha avó, me dê licença para pegar água para beber, para lavar minha roupa, para tomar o meu banho e não me faça nenhum mal!
Após fazer esse pedido a pessoa pode pegar água à vontade que nenhum mal vai lhe acontecer. Mas se não pedir licença à sapa e bulir a água, ao chegar em casa sente dor de cabeça e até mesmo febre muito forte que só passa quando o curandeiro faz uma bendição. Ao final da reza do curandeiro ele diz que a pessoa foi flechada pela mãe do rio que estava em forma de uma sapa.
sábado, 24 de agosto de 2013
REI TROCATINHO: O ENCANTADO DO ATALAIA
Conta a história que uma mulher moradora da praia do Farol Velho em Salinas tinha um filho de dois anos que se chamava Manoel Torquato. Certo dia, ela saiu de casa e deixou seu filho deitado em uma rede e, quando a mulher retornou não encontrou mais a criança onde deixara e pensou que a criança havia morrido na praia.
Passado alguns dias, uma noite, ao dormir, a mulher sonhou com uma moça que dizia que seu filho havia sido levado pelos encantos do fundo do mar e que nunca mais iria vê-lo novamente, o que de fato aconteceu, ela nunca mais teve contato com seu filho e morreu de tristeza.
A partir daí surgiu a lenda do Rei Trocatinho, o Célebre Encantado do Atalaia que surge para a população local transformado em animais, mas para quem ele mais aparecia era para a jovem Maria da Onça, moradora do Farol Velho.
Um certo dia, o faroleiro Teotônio que estava de serviço avistou um moço muito estranho que se aproximou e pediu ao faroleiro que lhe mostrasse o serviço que era feito naquela área, mas se mostrava sempre preocupado com a noite que estava chegando e, antes que escurecesse, mesmo no meio da conversa, o moço ia embora e se retirava em direção ao Arapepó – praia defronte à Vila do Cuiarana. Com a amizade feita com os faroleiros, o moço passou a visitar frequentemente o farol até que em uma dessas visitas esqueceu do tempo em meio às conversas com os amigos e não percebeu que havia anoitecido , então saiu rodopiando escada a baixo transformando-se em uma cobra grande e, os faroleiros muito apovarados com o que estava acontecendo saíram correndo dali.
Depois de algum tempo o moço reaparece a Teotônio como um cavaleiro encantado para pedir sua ajuda para quebrar o encante. O faroleiro teria que cortar a cauda da cobra no momento da transformação, mas Teotônio não teve coragem para atender o pedido então Manoel Torquato – o Trocatinho como ficou conhecido -percebeu que não teria solução para acabar o encante e resolveu se vingar dos moradores se transformando em cobra, boi, cachorro e até em pedaços de madeira.
Foram muitas aparições de Trocatinho até que o farol foi condenado e construíram outro na cidade de Salinas, foi então que Trocatinho começou a aparecer para Maria da Onça porque não acreditava na coragem dos homens, principalmente naqueles que ele considerava os mais valentes daquela praia.
A moça ficou encantada com a beleza do rapaz e acabou se apaixonando por ele, então Trocatinho pediu a Maria da Onça que quebrasse seu encante. A moça muito apaixonada aceitou e foi até á beira da praia esperar a hora da transformação, mas no momento exato, ela ficou com medo da enorme serpente, recuou e saiu correndo dali.
Foi então que Trocatinho se irritou e começou a provocar ondar enormes em direção a Salinas numa fúria louca, arrasadora contra a cidade, destruindo tudo que havia pela frente: ruas, praças, igrejas, cemitério, casas afugentando os moradores da cidade. Até hoje a cidade sofre com a fúria de Trocatinho porque as ondas continuam destruindo as margens da praia e num tempo muito próximo ele destruirá a avenida beira mar, câmara municipal, prefeitura. Vai destruir tudo até o novo farol.
Esta lenda foi contada pela aluna Arnaiza Correa da Costa.
Na verdade, o nome Trocatinho vem de Torquatinho, diminuitivo de Torquato, mas devido uma questão de eufonia o povo chama de Trocatinho
domingo, 17 de fevereiro de 2013
LENDA DA MULHER ONÇA
Os moradores mais antigos da Vila de Jabaroca no município de Primavera, contam que lá havia uma mulher que virava onça.
Uma certa noite, um senhor que andava pelo caminho vindo de Primavera para a vila de Jabaroca, deparou com um bicho parecido com uma onça. O homem ficou muito intrigado com a aparência do animal porque nesta região não havia onça. O horrendo animal partiu para cima do velho para ataca-lo e, os dois começaram uma luta. O animal levantou as patas dianteiras para matar o velho e ele, muito esperto, puxou um punhal que tinha na cintura e lhe desferiu um golpe na barriga. O bicho emprenhou-se de mata a dentro e o senhor foi para casa cansado e ferido.
Ao amanhecer, apareceu uma senhora apareceu muito mal dizendo que havia levado uma queda no roçado e feriu sua barriga num troco de árvore. Após alguns dias, a ferimento se agravou e a mulher faleceu. Ao arrumar o corpo no caixão, os filhos verificaram que o ferimento era de um punhal e não de um tronco como ela havia dito. Foi aí que o povo da vila descobriu que a onça que atacava as pessoas no caminho de primavera para Jabaroca era esta senhora. Depois de sua morte nunca mais nenhuma onça apareceu para atacar as pessoas.
Lenda contada no 1º Festival Literário de Primavera.
A LENDA DO CALÇA MOLHADA
Contam os antigos, que no rio que separa o município de Pirabas do município de Primavera, num certo dia, três homens pescavam por lá numa canoa, sendo que um dos homens estava sentado no banco da frente ; outro no banco do meio e o outro homem no banco de trás.
Dos três homens, apenas o que estava sentado no banco do meio estava sóbrio, enquanto os dois estavam completamente embriagados e começaram a discutir por causa de uma ofensa que surgiu de uma brincadeira entre os dois. A discussão foi tomando grandes proporções e os dois bêbados começaram a brigar e, o terceiro que estava sóbrio tentava apaziguar a briga que estava violenta. No meio da briga um dos homens caiu na água e não conseguiu mais alcançar a canoa e morreu.
Após três de procura, o corpo foi encontrado, mas estava em estado avançado de decomposição e assim mesmo foi enterrado, com a mesma roupa que ele estava, ou seja, com a roupa molhada.
Tempos depois deste acontecimento, surgiu um gritador na estrada da vila do Bacabal no município de primavera. O homem gritador passava sempre a partir da meia noite aterrorizando os moradores da vila, pois era um grito de desespero e ouvia-se também um barulho de pessoa andando como se estivesse com uma calca comprida molhada.
Uma certa noite, um morador da vila precisou sair de casa neste horário e seu único companheiro era um cachorro. Eles ouviram os gritos e o cachorro correu em direção ao grito e o homem ouviu os latinos do cachorro que estava apanhando. Mesmo com muito medo ele passou cachaça no seu corpo e saiu em direção ao grito. Chegando lá viu um vulto de homem que vestia uma calça molhada se aproximando. O homem rezou um Pai Nosso, uma Ave Maria e um credo, então o Calça Molhada entrou na mata e zap, zap, zap...
Assim surgiu a lenda do Calça Molhada.
segunda-feira, 12 de março de 2012
História da serpente do Rio Morcego
A COBRA DO RIO MORCEGO
(história contada pelo aluno Edinaldo Lima)
Diz o povo de Primavera que nas noites de luar, uma cobra de tamanho imensurável costuma aparecer às margens do rio Morcego, faminta e sempre em busca de uma nova vítima. São muitas as histórias contadas pelo povo desta pacata cidade do interior do Pará a respeito deste inacreditável e abominável animal.
Certa noite, um senhor de grande coragem se preparou durante duas semanas para enfrentar o horroroso animal. Matou três dos seus melhores garrotes e os levou como isca para pegar a temível serpente. O cheiro do sangue e o barulho na água foram suficientes para atrair a maldita. De repente, eis que lá se vem. Era uma cobra enorme, de aproximadamente 75 metros de comprimento e uns três de espessura. Da cabeça brotava um par de chifres, mas na verdade não eram chifres eram os dentes que de tão grandes atravessavam o maxilar e despontavam na cabeça do horrendo animal.
Os olhos da cobra eram como brasas faiscantes e suas escamas pareciam escudo de ferro. O rugido da megera escutava-se a uma uns seis quilômetros de mata adentro. Quando ela se punha na vertical, a água do rio parecia que sumia. Mas mesmo com tudo isso o senhor não se intimidou e mandou chumbo na serpente. As balas pareciam bolinhas de gude no corpo do imenso réptil que batiam e voltavam. Aquele senhor vendo que não lhe restava alternativa, pulou em cima da serpente e lhe desferiu muitas punhaladas atingindo seus olhos e uma delas atingiu o meio da testa que liquidou o animal. Movido pela sua coragem, o homem abriu o animal e para sua surpresa encontrou ali muitos objetos valiosos que a maldita havia engolido: carros, ouro, prata e toda espécie de objetos.
Este foi o preço de sua vitória. Foi premiado com tudo de valioso que encontrou no interior da fera. A carcaça foi vendida para uma fábrica de bolsas e calçados em Belém e hoje ele vive numa confortável casa pras bandas da Ilha do Marajó.
(história contada pelo aluno Edinaldo Lima)
Diz o povo de Primavera que nas noites de luar, uma cobra de tamanho imensurável costuma aparecer às margens do rio Morcego, faminta e sempre em busca de uma nova vítima. São muitas as histórias contadas pelo povo desta pacata cidade do interior do Pará a respeito deste inacreditável e abominável animal.
Certa noite, um senhor de grande coragem se preparou durante duas semanas para enfrentar o horroroso animal. Matou três dos seus melhores garrotes e os levou como isca para pegar a temível serpente. O cheiro do sangue e o barulho na água foram suficientes para atrair a maldita. De repente, eis que lá se vem. Era uma cobra enorme, de aproximadamente 75 metros de comprimento e uns três de espessura. Da cabeça brotava um par de chifres, mas na verdade não eram chifres eram os dentes que de tão grandes atravessavam o maxilar e despontavam na cabeça do horrendo animal.
Os olhos da cobra eram como brasas faiscantes e suas escamas pareciam escudo de ferro. O rugido da megera escutava-se a uma uns seis quilômetros de mata adentro. Quando ela se punha na vertical, a água do rio parecia que sumia. Mas mesmo com tudo isso o senhor não se intimidou e mandou chumbo na serpente. As balas pareciam bolinhas de gude no corpo do imenso réptil que batiam e voltavam. Aquele senhor vendo que não lhe restava alternativa, pulou em cima da serpente e lhe desferiu muitas punhaladas atingindo seus olhos e uma delas atingiu o meio da testa que liquidou o animal. Movido pela sua coragem, o homem abriu o animal e para sua surpresa encontrou ali muitos objetos valiosos que a maldita havia engolido: carros, ouro, prata e toda espécie de objetos.
Este foi o preço de sua vitória. Foi premiado com tudo de valioso que encontrou no interior da fera. A carcaça foi vendida para uma fábrica de bolsas e calçados em Belém e hoje ele vive numa confortável casa pras bandas da Ilha do Marajó.
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